Orixá da transição para a vida astral. Orixá de transformação energética.
Senhor dos segredos da vida e da morte. Mestre das Almas. Atua no
condicionamento físico e espiritual, na cura das doenças do corpo e da alma.
Sincretismo: São Lázaro
e São Roque
Dia de comemoração: 13
de Maio (Preto Velho), 13 de Agosto, 16 de Agosto e 17 de Dezembro.
Saudação: Atotô
Obaluayê! (ou Atotô Abaluaiê!)
Obalúayé; "Rei dono da
Terra", Omolu "Filho do Senhor", Xapanã "Dono da
Terra" são os nomes dados a esse Orixá de Umbanda. É ligado ao mundo dos
mortos. A este Orixá fazemos os pedidos para problemas de Saúde e cortes de
magia.
O guardião dos espíritos torna as
pessoas intuitivas e carismáticas. Ajuda no amor e família.
Para a maior parte dos devotos da
Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo
arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns
Sacerdotes, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma
vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá.
São também comuns as variações
gráficas Obaluaê e Abaluaê
Em termos mais estritos, Obaluaê é a
forma jovem do Orixá Xapanã, enquanto Omolu é sua forma velha. Como, porém,
Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser
mencionado, pois pode atrair a doença inesperadamente, a forma Omolu é a que
mais se popularizou e acabou sendo confundida não apenas com a forma mais velha
do Orixá, mas com sua essência genérica em si. Esta distinção se aproxima da
que existe entre as formas básica de Oxalá: Oxalá (o Crucificado), Oxaguiã a
forma jovem e Oxalufã a forma mais velha.
A figura de Omolu-Obaluaê, assim como
seus mitos, é completamente cercada de mistérios e dogmas indevassáveis. Em
termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as doenças,
especialmente as epidêmicas. Faria parte da essência básica vibratória do Orixá
tanto o poder de causar a doença como o de possibilitar a cura do mesmo mal que
criou.
Pierre Verger define os filhos de
Omolu como pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida
corre tranqüila para elas. Podem até atingir situações materiais e rejeitar, um
belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. São
pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de se consagrar ao bem-estar
dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e
necessidades vitais.
No Candomblé, como na Umbanda, tal
interpretação pode ser demais restritiva. A marca mais forte de Omolu-Obaluaê
não é a exibição de seu sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta
numa tendência autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma
grande capacidade de somação de problemas psicológicos (isto é, a transformação
de traumas emocionais em doenças físicas reais), como numa elaboração de
rígidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo do cotidiano, das
outras pessoas em geral e principalmente os prazeres. Sua insatisfação básica,
portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si próprio, uma vez
que ele foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição.
Em outra forma de extravasar seu
arquétipo, um filho do Orixá, menos negativista, pode apegar-se ao mundo
material de forma sôfrega, como se todos estivessem perigosamente contra ele,
como se todas as riquezas lhe fossem negadas, gerando um comportamento
obsessivo em torno da necessidade de enriquecer e ascender socialmente.
Um último, mas importante detalhe; em
diversas de suas lendas, é apresentado como uma divindade que perdeu uma perna.
Isso se refletiria em seus filhos como um defeito congênito em uma das pernas
ou a tendência a sofrer, durante sua vida, por um problema de relativa
gravidade em seus membros inferiores, a partir de quedas ou desastres que podem
ou não ser curados e ultrapassados.