Aqui, no plano material e na região de Recife, foi iniciado por sacerdotes africanos também escravizados, mas que tinham uma relativa liberdade porque viviam na propriedade de um “senhor de engenho” que fazia vista grossa para a religiosidade dos seus escravos.
O país de origem de Pai Benedito de Aruanda, atualmente é conhecido como Moçambique.
Ele desencarnou e permaneceu aqui, no astral brasileiro auxiliando seus afins ainda encarnados, sendo que as divindades cultuadas pelo seu povo ou nação não recebiam o nome de Orixás, pois estes ele só veio conhecer por volta do ano de 1810, quando da chegada de milhares de escravos trazidos da região hoje conhecida como Nigéria, cuja religião era mais elaborada e mais bem fundamentada que a ele havia se iniciado quando vivia no plano material.
Sua identificação com os Orixás Nagôs foi imediata e porque já vinha se dedicando a amparar e auxiliar as pessoas e os espíritos de escravos que desencarnavam, já há 150 anos, foi acolhido no seio do Culto aos Orixás como um benfeitor dos menos favorecidos e da humanidade e os Sagrados Orixás abriram-lhe os portais de acessos aos seus Mistérios Divinos, nos quais ele foi iniciando-se, tornando-se com o passar do tempo um manifestador espiritual dos mistérios nos quais havia se iniciado.
Atuou como mentor espiritual de vários médiuns que seguiam o Culto dos Orixás e quando houve a fundação da Umbanda ele foi convocado para integrar-se a ela e trazer para dentro dela o seu imenso grupo de espíritos afins, todos preparados por ele no lado espiritual e já atuando como Guias Espirituais ou protetores dos seus afins encarnados.
Na Umbanda, “fundou” duas linhas de trabalhos espirituais, sendo que uma é a dos Pretos Velhos “Pai Benedito de Aruanda” e a outra é a dos “Caboclos Flecheiros”.
- Na linha dos Pretos velhos ele acomodava espíritos cujas ultimas encarnação fora como negros.
- Na linha dos Caboclos Flecheiros ele acomodava espíritos cuja última encarnação fora como índios brasileiros.
Essas duas linhas de trabalhos espirituais umbandistas foram fundadas no astral por Pai Benedito de Aruanda e cresceram tanto dentro da Umbanda que hoje vemos muitos espíritos incorporados em seus médiuns apresentarem-se como Pretos velhos “Pai Benedito de Aruanda” ou como “Caboclos Flecheiros”.
Onde manifestar-se um Preto Velho com esse nome, lá está um espírito da sua hierarquia “africana”. E onde manifestar-se um Caboclo Flecheiro lá está um espírito da sua hierarquia “indígena”.
“Só não devemos confundir Pai Benedito de Aruanda, o hierarca dessas duas linhas de Umbanda com os espíritos que se apresentam com um desses dois nomes simbólicos, pois muitos são os Pais Beneditos de Aruanda e muitos são os Caboclos Flecheiros”.
Seu amor e dedicação aos espíritos e à humanidade já o distinguem como um dos luminares do nosso abençoado Planeta e já o distinguiu como um dos mentores espirituais da religião umbandista.
Amor e dedicação são as qualidades que mais se destacam nesse espírito abnegado que, diante dos Sagrados Orixás, consagrou-se por inteiro e em todos os sentidos à humanidade.
Nesse ano de 2008, quando comemoramos o primeiro século de existência da Umbanda, rendemos nossa homenagem a esse amoroso e dedicado semeador do Culto aos Orixás dentro da Umbanda.
- Pai Bendito de Aruanda, nosso muito obrigado!
Que o Divino Criador Olorum mais uma vez o abençoe, pois abençoado sempre fostes.
Bendito sejas por toda a eternidade, Bendito Pai de Aruanda!
RUBENS SARACENI